Cinquenta e nove cães morrem envenenados, e protetores denunciam massacre
Os animais eram transportados para o novo endereço do lar, em Contagem, quando começaram a passar mal; de todos, apenas 12 sobreviveram
Cinquenta e nove corpos de cães mortos, por envenenamento, são retirados de um lar temporário em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã deste domingo (15) para serem levados a um laboratório da Uni-BH onde serão submetidos a necropsias. Dezenove cães, apenas, dos 78 cuidados pelo Lar Temporário Entre Latidos e Miados, sobreviveram ao massacre. Sete desses estão internados em estado grave, em uma clínica veterinária.
O crime aconteceu na tarde desse sábado (14), durante a transferência dos animais da antiga sede do lar, em Ribeirão das Neves, para a nova, em Contagem. Os bichinhos começaram a apresentar sinais de envenenamento enquanto a mudança ainda acontecia. Um deles chegou a vomitar um pedaço de salsicha. A suspeita dos protetores é que o veneno usado para matar os animias tenha sido colocado no alimento.
“Os cães estavam em Ribeirão das Neves. No dia da mudança (sábado) alguém envenenou os animais, ainda durante o transporte da mudança. Eles começaram a passar mal e quando chegaram aqui (em Contagem) começaram a agonizar, a morrer. Nem imagino a dor enorme que esses animais sentiram, a morte por envenenamento é muito dolorosa”, conta, bastante emocionado, o deputado Osvaldo Lopes (PSD).
Ao lado de outros protetores de animais, o deputado retira do abrigo os corpos dos cães mortos para levá-los em sua picape às instalações da Uni-BH. “Nós faremos a necropsia de todos os animais mortos na segunda-feira (dia 16). Estou levando os corpos deles na minha picape”.
Os animais – ao todo 78 cães – haviam sido resgatados em situações degradantes em ocasiões passadas e, há algum tempo, eram cuidados no Lar Temporário Entre Latidos e Miados. Segundo Lopes, o lar é cuidado por Cláudia Araújo, protetora de animais que abriga os animais resgatados que são encaminhados por outros protetores.
“Eu estou deprimido vendo uma cena dessas que está aqui. É muito cruel. Tudo que a gente constrói para os animais, tudo que a gente faz é cuidar deles com carinho. Aí vem alguém de forma tão covarde e mata os animais todos. Nós trabalhamos a vida inteira para dar dignidade a eles”, desabafa Lopes.
Entre os cães guardados sob a tutela de Cláudia estava Led, vira-lata pretinho que pertencia à jornalista Bárbara Camila. Ela o resgatou em outubro de 2018 após encontrar o animal ferido. “Provavelmente ele tinha sido atingido por um chute. Nós resgatamos e ele precisou fazer uma cirurgia de emergência na bacia”, conta. Imagens registradas por ela mostram o afeto pelo animal que, no abrigo, tinha entre os amigos o cão Kaleb.
Abrigados, os animais esperavam seus protetores encontrarem um lar fixo. Os dois não resistiram e morreram também envenenados. Onze dos cães abrigados no lar temporário de Cláudia pertenciam ao deputado.
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Detalhes da Atividade
Título:Por que devemos ser bons para com os animais?” As Sociedades Protetoras dos Animais no Brasil (1895-1940)
Data da atividade:24/03/2020 19:00:00
Descrição:A conferência abordará a atuação de duas sociedades protetoras dos animais no Brasil. A União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), criada na cidade de São Paulo, no ano de 1895, e a Sociedade União Infantil Protetora dos Animais (SUIPA), fundada em 1930, na capital paulista. Os discursos produzidos por essas sociedades, ao lidarem com as categorias de homem e de animal, eram perpassados por contradições que a todo o momento deixavam a descoberto o caráter instável desses conceitos. Assim, o movimento em defesa dos animais suscitava dilemas éticos e políticos, pois implicava na necessidade de escolher quais seriam os limites dessa proteção. Palestra, dentro do Fórum da Cátedra UNESCO-UFMG/DRI “Territorialidades e Humanidades: a Globalização das Luzes”
Graduada em história e direito, mestre e doutora em história pela Universidade Federal de Minas Gerais. Realizou pós-doutorado na área de História dos Animais, na UFMG. Suas pesquisas transitam pelo campo dos Estudos dos Animais, com ênfase na história das sociedades protetoras dos animais do Brasil. Atualmente é pesquisadora da Fiocruz Minas.
Direito dos Animais