Depoimentos serão exibidos nos dias 24 e 25, sempre às 19h, pelo canal Diretoria de Ação Cultural no YouTube
Entrevistas, contação de histórias, cantopoemas, apresentações musicais e intervenções artísticas estão reunidos numa programação para provocar a reflexão: o que eu posso fazer para combater o racismo? O programa Circuito Cultural UFMG #Culturas em Pensamento, promovido pela Diretoria de Ação Cultural (DAC), apresenta hoje e amanhã (24 e 25 de agosto), a partir das 19h, 17 convidados e membros da comunidade universitária para expor suas vivências e iniciativas de combate ao racismo.
“Eu fico muito honrada com essa oportunidade de falar um pouco, de pôr pra fora aquilo que às vezes fica agarrado no peito, na garganta”, afirma a matriarca do quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, Maria da Conceição Memeto Muiandé, a Mãe Efigênia, uma das entrevistadas.
Ancestralidade, identidade, protagonismo das mulheres negras, intolerância religiosa e violência são alguns dos temas que permeiam a vivência dos participantes. Para a diretora de Políticas e Ações Afirmativas da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), Daniely Reis, apresentadora do programa, “o racismo faz parte da estrutura de nossa sociedade, mas não é imutável. Precisamos dar o primeiro passo, a partir da autorreflexão e disposição para a mudança: ouvir e reconhecer como sujeitos de direitos as pessoas atravessadas por essa opressão. Elas são plurais e constroem saberes e reflexões que só consegue quem sente na pele e faz da luta antirracista seu cotidiano”.
Em seu depoimento, a professora Nilma Lino Gomes, da Faculdade de Educação, afirma que “o racismo é um sistema de opressão racial de um grupo étnico-racial sobre o outro. E, por isso, ele traz em si uma série de violências, desde a sua forma simbólica até a sua forma prática. Uma sociedade antirracista é aquela que combate esse fenômeno perverso em todos os setores, em todos os espaços da sua própria estrutura”.
Na avaliação da professora Leda Martins, a educação é um dos meios mais eficazes de combate a essa opressão, que provoca tanta violência e morte, como retratada pelas performances Deformação, da artista visual Priscila Rezende – que expõe os conflitos que envolvem raça, identidade e padrão estético vividos diariamente pelas mulheres negras – e Uma respiração, do poeta e artista visual Ricardo Aleixo, que faz alusão aos oito minutos e 46 segundos durante os quais o ex-segurança negro George Floyd foi asfixiado por um policial nos Estados Unidos.
O programa inclui ainda a apresentação do duo Interioranas, formado por Luiza da Iola e Nívea Sabino, que resgatam a ancestralidade da identidade negra e o protagonismo feminino em três de seus cantopoemas, e o Podcast da Trava, produzido pela performer Lázara dos Anjos sobre as muitas facetas do racismo.
A transmissão será feita no canal da Diretoria de Ação Cultural no YouTube.