Tudo o que você precisa saber sobre os grupos de pesquisa do CNPq

Durante a carreira acadêmica, os pesquisadores têm contato com vários termos novos e próprios do meio, como Capes, Qualis, Plataforma Carlos Chagas

São várias informações para assimilar, algumas até mais fáceis do que outras, como é o caso dos grupos de pesquisa do CNPq.

Isso porque esses grupos costumam ser bem conhecidos. Inclusive, de acordo com o último censo do CNPq, em 2016 já havia 37.640 grupos de pesquisa no Brasil.

Mas eles são bem mais importantes do que parecem e são muito mais do que um grupo de pesquisadores estudando um tema em comum.

Aliás, você sabia que não basta só reunir algumas pessoas para criá-los?

Pensando nisso, iremos te explicar tudo o que você precisa saber para ficar por dentro do universo dos grupos de pesquisa do CNPq, como:

Para começar, é necessário entender por que alguns grupos de pesquisa estão ligados ao CNPq e o que essa sigla significa.

Tão comum para estudantes de pós-graduação, o CNPq é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que foi criado em 1951 com o objetivo de incentivar a pesquisa e o desenvolvimento científico do país.

Atualmente, a agência pertence ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e oferece serviços importantes como:

  • As plataformas Lattes, Carlos Chagas e o Diretório dos Grupos de Pesquisa;
  • O financiamento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)
  • Bolsas de mestrado, doutorado, pós-doutorado, pesquisador visitante e estágio-sênior;

Além disso, o CNPq também promove acordos, convênios e intercâmbios entre entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais.

Mas então onde os grupos de pesquisa entram?

Bom, o CNPq mapeia os grupos de pesquisa porque eles são importantes instrumentos para intercâmbios entre cientistas.

Afinal, esses grupos reúnem pesquisadores, fortalecem o debate em torno de importantes linhas de pesquisa e contribuem com a produção científica do país.

Por isso, o CNPq reúne todos os dados sobre os grupos de pesquisa do Brasil na base conhecida como Diretório dos Grupos de Pesquisa (DGP).

Site do Diretório de Grupos de Pesquisa

Por lá, é possível consultar informações como participantes, área do conhecimento, setores de aplicação, linhas de pesquisa e produções científicas.

Como esses grupos estão sempre ligados às instituições de ensino, os estudantes e pesquisadores participantes podem agregar muito valor adicionando-os no currículo Lattes.

→ Currículo Lattes: o que é e dicas valiosas para criar o seu!

Já o CNPq pode acompanhar melhor as produções científicas, planejar e gerenciar as atividades acadêmicas.

Porém, existem algumas regras para que o CNPq certifique um grupo de pesquisa. Vamos te explicar quais são!

De forma geral, o CNPq define o grupo de pesquisa como um conjunto de pessoas organizado de forma hierárquica.

Normalmente, esses grupos têm professores na liderança, que possuem o objetivo de coordenar e planejar os trabalhos de pesquisa do grupo.

Ainda, é preciso que:

  • O grupo contenha um ou dois pesquisadores e seus estudantes;
  • O trabalho se organize em torno de linhas comuns de pesquisa;
  • A hierarquia seja estabelecida levando em consideração a experiência, o destaque e a liderança na área;
  • Exista envolvimento profissional e permanente com a atividade de pesquisa;
  • Haja o compartilhamento de instalações e equipamentos;

Cumprindo esses pré-requisitos, os líderes dos grupos já podem cadastrá-los no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. Não se preocupe, se criar um grupo de pesquisa está nos seus planos, em breve, vamos te ensinar a fazer isso!

Depois de cadastrá-los, os grupos de pesquisa passarão por análise para então se tornarem oficiais, ou seja, para que se tornem grupos de pesquisa certificados.

Nesse processo, grupos atípicos podem também conseguir certificação, como os casos de:

  • Grupos unitários (formados por apenas 1 pesquisador);
  • Sem estudantes;
  • Grupos sem técnicos;
  • Com mais de dez pesquisadores;
  • Com mais de 10 linhas de pesquisa;
  • Grupos em que o líder não é doutor;
  • Sem doutores no conjunto de pesquisadores;
  • Pesquisadores que participam de quatro ou mais grupos;
  • Estudantes que participam de dois ou mais grupos.

Todas essas exceções devem passar pelo mesmo processo de análise do CNPq e são eles quem têm a decisão final.

Agora que você já sabe o que define um grupo de pesquisa para o CNPq, é hora de torná-los oficiais.

Como falamos, o líder do grupo vai precisar cadastrá-lo no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq.

O passo a passo é o seguinte:

1. Pedindo acesso ao Dirigente de Pesquisa

Primeiro, o líder do grupo de pesquisa precisa preencher um formulário eletrônico de cadastro, que está disponível no site do DGP.

Porém, para acessar tal formulário, é necessário que a pessoa responsável pela atividade de pesquisa na instituição autorize e cadastre o líder no Diretório.

Normalmente, essa pessoa é o pró-reitor de pesquisa, coordenador ou algum cargo semelhante e, na plataforma do CNPq, são chamados de Dirigente de Pesquisa ou Dirigente Institucional de Pesquisa.

2. Acessando o Portal do Diretório dos Grupos de Pesquisa

Depois de autorizado, o líder só precisa clicar em “Acessar o Diretório”, no portal do Diretório, e realizar o login com seu CPF e senha (os mesmos dados utilizados para acessar o currículo Lattes).

Demonstração de acesso ao Diretório dos Grupos de Pesquisa CNPq

Mas, atenção, se a sua instituição ainda não participa do Diretório, é necessário solicitar que o dirigente máximo, como o presidente, reitor ou diretor, cadastre-a.

O Diretório abriga diversas instituições, como universidades, Instituições de Ensino Superior, institutos públicos de pesquisa, entre outras.

3. Atualizando os dados do grupo de pesquisa no CNPq

Posteriormente, também é possível atualizar os dados dos grupos de pesquisa no Diretório.

Para isto, o líder do grupo realizará o login da mesma forma e, na sua página, escolherá o grupo que deseja editar.

Ao final das alterações, é só clicar no botão “Enviar” e as atualizações serão registradas no CNPq.

Para começar, o grupo de pesquisa é um ponto de partida para a produção acadêmica.

Através de grupos e debates, os participantes fortalecem as produções da linha de pesquisa em comum e produzem, individualmente ou de forma coletiva, importantes contribuições científicas, como livros, artigos, eventos online e muito mais.

Baixar e-book: Como escrever artigos científicos

E quem não gostaria de participar de um grupo que agrega tanto à carreira acadêmica, não é?

É por isso também que grupos de pesquisa podem e devem ser cadastrados no seu currículo Lattes, adicionando mais valor e credibilidade ao seu trabalho.

Além disso, os grupos de pesquisa possibilitam um dos valores mais importantes para a pós-graduação: o intercâmbio entre pares.

Sendo assim, é no grupo de pesquisa que um pesquisador irá compartilhar a sua pesquisa com os pares, ouvir contribuições, construir um trabalho coletivo, se aprofundar em temas de interesse com pessoas experientes e desenvolver habilidades que vão além do que foi aprendido dentro de sala de aula.

Ainda, as atividades corriqueiras e coletivas de um grupo de pesquisa te ajudam a desenvolver habilidades importantes para o mercado de trabalho, como:

  • Bom trabalho em equipe;
  • Boa oratória desenvolvida a partir dos debates;
  • Capacidade de liderança, principalmente para quem costuma guiar estudos;
  • Versatilidade para lidar e conversar com diferentes tipos de profissionais;
  • Empatia e senso crítico;
  • E criatividade para apresentar ideias inovadoras.

Mas, então, como achar um grupo de pesquisa que faça sentido para você?

Na página inicial do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, já é possível visualizar o “Buscar Grupo”.

É lá que você irá definir os campos de busca como nome do grupo, linha de pesquisa, palavra-chave, nome do líder etc.

Tela de buscar grupos de pesquisa cnpq

#DicaEven3: Para quem deseja participar de um desses grupos, uma dica é começar buscando pela sua Instituição de Ensino ou linha de pesquisa do seu interesse.

Depois de achar algo que te agrada, é só procurar o e-mail institucional do líder do grupo e pedir para fazer parte!

Como o Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq hospeda uma enorme quantidade de dados, a análise dessa base revela estatísticas super importantes sobre a produção científica do Brasil e é de interesse público.

Pensando nisso, o CNPq divulga o censo de forma aberta e acessível na sua plataforma.

Na última pesquisa, realizada em 2016 com 37.640 grupos, foi possível verificar que a maioria dos grupos de pesquisa estavam distribuídos na região Sudeste (42,4%).

Por sua vez, a região Norte apresentava o menor número de grupos (6,3%).

Já em relação às grandes áreas do conhecimento, os grupos de pesquisa se concentram mais nas áreas de:

  1. Ciências Humanas (8091)
  2. Ciência da Saúde (5877)
  3. Engenharias e Computação (4965)

Ainda, entre os líderes desses grupos, os dados apontam que a maioria é doutor, homem, entre 50 e 54 anos.

Além dessas informações, no site do DGP é possível ver as análises históricas, conferir mais dados sobre pesquisadores, estudantes, técnicos e muito mais.

Assim, temos relatórios importantes sobre o andamento da pesquisa brasileira, apontando, inclusive, o que ainda deve ser mudado.

Nesse sentido, publicar e divulgar mais a ciência são ações importantes para tornar os grupos de pesquisa ainda mais acessíveis. Então já sabe por onde começar?

Por fim, o seu grupo de pesquisa já está funcionando a pleno vapor, então é hora de compartilhar o resultado do seu trabalho em publicações e eventos.

Pensando nisso, a Even3 oferece soluções como eventos com Anais, publicações online de artigos, livros, e-books e muito mais.

Não deixe seus projetos guardados na gaveta, escolha uma solução que automatiza processos, torna seus trabalhos facilmente encontrados pelo Google e te possibilita acompanhar as métricas.

Assim será possível deixar o seu grupo de pesquisa ativo, produzindo e atingindo mais estudantes.

Tudo o que você precisa saber sobre os grupos de pesquisa do CNPq