Embora o fechamento das escolas em todo o mundo decorrente da pandemia de covid-19 tenha afetado todos os públicos, os alunos com deficiência, por sua condição de vulnerabilidade, enfrentam desafios ainda mais complexos. Grande parte dos estudantes com deficiência tem características específicas de aprendizagem, com necessidades de suporte de tecnologia ou acompanhamento de mediadores.
Para compreender como a crise sanitária tem interferido no processo educativo dessa parcela da população, o Grupo de Pesquisa Infinito da Faculdade de Educação da UFMG realizou pesquisa com familiares em todo o país para conhecer os diferentes perfis e identificar os principais desafios da educação das pessoas com deficiência.
O estudo, que utilizou questionário on-line autoaplicado em 2020, colheu 1.043 amostras para análise. Foram avaliadas questões como perfil dos estudantes, atividades escolares realizadas e habilidades ou comportamento dos alunos frente a elas. A maioria dos respondentes é do estado de Minas Gerais, seguido de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. E 73,7% dos questionários foram respondidos por mães, que são as principais responsáveis pelo cuidado e pela educação dos filhos e filhas com deficiência.
De acordo com a professora Adriana Borges, líder do Laboratório de Políticas e Práticas em Educação Especial e Inclusão (Lappeei/UFMG) e coordenadora da pesquisa, é possível afirmar que muitos alunos e alunas com deficiência não tiveram garantidos os direitos à educação. A pesquisa indica que a falta de planejamento para aulas direcionadas a esses alunos comprometeu sua autonomia e os impediu de acompanhar as atividades sem ajuda. Os resultados preliminares do levantamento estão descritos em relatório; o objetivo é contribuir para a elaboração de estratégias educacionais adequadas e para a promoção do direito à educação. O documento está disponível na internet.
Equipe: Vitória Fonseca (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens), Marcos Bispo (videografismo) e Renata Valentim (edição de conteúdo)